Made in Abyss

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Avaliação Guia dos Animes

Guia dos Animes

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Made in Abyss

Resumo

5

Made in Abyss é uma obra que desafia convenções. Lançado em 2017 e adaptado do mangá de Akihito Tsukushi, o anime surpreende ao unir uma estética encantadora com um conteúdo narrativo visceral e perturbador. Em sua superfície, parece uma história sobre aventura e descoberta, mas nas profundezas revela-se uma alegoria densa sobre dor, sacrifício, curiosidade e o desejo de ir além dos limites humanos. A animação foi produzida pelo estúdio Kinema Citrus, que conseguiu capturar com precisão a ambiguidade entre a ternura e o horror que permeia toda a obra.

O ritmo de Made in Abyss é cuidadosamente dosado. Os primeiros episódios assumem um tom quase infantil, com descobertas curiosas e uma atmosfera leve. Mas esse ritmo desacelera conforme os personagens descem, refletindo o aumento da tensão, do sofrimento e da densidade filosófica da trama. Essa transição não é abrupta: ela é construída com precisão, preparando o espectador para um mergulho emocional cada vez mais profundo. O anime respeita o tempo da dor, da contemplação e do impacto, fazendo com que cada revelação pese com o peso necessário.

A obra também se destaca por não tratar o espectador com condescendência. Ela não suaviza suas temáticas, nem dilui a complexidade moral de seus eventos. Pelo contrário: obriga quem assiste a confrontar questões difíceis e desconfortáveis — sobre sacrifício, inocência, sobrevivência, ética e o que significa “humanidade” em ambientes extremos.

Made in Abyss (2017)

Episódios: 13

Nota no MAL: 8.68

Resumo: Introduz Riko e Reg, a cidade de Orth e os primeiros níveis do Abyss. A temporada termina com uma virada emocional intensa ao encontrar Nanachi e enfrentar Bondrewd indiretamente.


Made in Abyss: Dawn of the Deep Soul (2020) (filme continuação)

Formato: Filme

Nota no MAL: 8.66

Resumo: Continuação direta do anime de 2017, explora o confronto com Bondrewd, um dos personagens mais complexos e sombrios da série.


Made in Abyss: Retsujitsu no Ougonkyou / The Golden City of the Scorching Sun (2022)

Episódios: 12

Nota no MAL: 8.65

Resumo: Narra os eventos no sexto nível do Abyss, revelando mais sobre a cidade dourada e os horrores psicológicos e físicos que aguardam os protagonistas.


3. OVAs e Especiais

Made in Abyss Movie 1: Journey’s Dawn (2019)

Recapitulação dos primeiros episódios do anime.


Made in Abyss Movie 2: Wandering Twilight (2019)

Recapitulação dos episódios finais da primeira temporada.


Made in Abyss: Fukaki Tamashii no Reimei (2020)

Filme original que serve como ponte direta entre a primeira e segunda temporada, considerado essencial para acompanhar a história.

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Estúdio: Kinema Citrus

Diretor: Masayuki Kojima

Roteiro: Hideyuki Kurata

Design de personagens: Kazuchika Kise

Kinema Citrus demonstrou notável competência em transpor a complexidade visual e emocional do mangá para o anime. A direção de Masayuki Kojima equilibra cenas contemplativas e brutais com uma sensibilidade rara. O design de personagens fofos contrasta de forma deliberada com o horror crescente da narrativa, criando um paradoxo estético que aumenta o impacto emocional. O roteiro adaptado por Hideyuki Kurata respeita o material original, aprofundando suas nuances com precisão narrativa.

A construção de mundo é minuciosa, com regras internas bem definidas e uma progressão coerente à medida que os protagonistas descem pelas camadas do Abismo. Cada nível possui ecossistemas próprios, com criaturas fascinantes e letais, tornando o cenário quase um personagem vivo. A imersão é total — resultado de um trabalho técnico e artístico que respeita e potencializa a densidade da história.

Compositor principal: Kevin Penkin

Destaques:

“Hanezeve Caradhina”: tema instrumental que se tornou icônico na franquia.

“Underground River”, “Pathway”, “Adventure Through the Light” – faixas que complementam a imersão no mundo do Abyss.

Tema de abertura (2017): “Deep in Abyss” por Miyu Tomita e Mariya Ise

Tema de encerramento (2017): “Tabi no Hidarite, Saihate no Migite” por Riko Azuna

A trilha sonora composta por Kevin Penkin é um dos elementos mais memoráveis da obra. Sua música é uma extensão emocional do Abismo, traduzindo em sons o assombro, a solidão e a beleza trágica que envolvem os personagens. Faixas como “Hanezeve Caradhina” e “Underground River” acompanham os momentos mais marcantes da jornada com uma sensibilidade que eleva a experiência narrativa. A música de Penkin não apenas complementa as cenas — ela as amplia, tornando-se quase uma linguagem paralela da dor e do fascínio que a obra transmite.

Com a terceira temporada já confirmada e o mangá ainda em andamento, Made in Abyss tem espaço para continuar explorando os mistérios e horrores do Abismo. Cada novo arco aprofunda a mitologia e desafia ainda mais os limites emocionais dos personagens — e do espectador. A expectativa para o desfecho final cresce na mesma medida em que cresce o temor sobre o que ainda está por vir.

A franquia também possui:

Light novels explorando histórias paralelas.

Jogo de RPG de ação: Made in Abyss: Binary Star Falling into Darkness (2022).

Mercadorias e colaborações com lojas e cafés temáticos no Japão.

Made in Abyss é uma obra que transforma o conceito de “aventura” em algo profundamente existencial. Seu contraste entre o visual encantador e a dor abissal revela um projeto artístico e narrativo extremamente coerente e provocador. Cada camada do Abismo é uma metáfora da alma humana, cada perda é um rito de passagem, e cada personagem é forçado a confrontar o que há de mais sombrio em si mesmo.

Não é uma história para todos — e nem pretende ser. Mas para aqueles dispostos a encarar a beleza trágica e a filosofia cruel que ela oferece, Made in Abyss é uma experiência inesquecível. Uma descida ao fundo do mundo… e, quem sabe, ao fundo de nós mesmos.

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